Julio César Fernandes
🎼
Textos

 

O Bem em Si Mesmo – Uma Reflexão Inspirada no Sermão da Montanha 

[Prosa Reflexiva-Espiritual]

 

Introdução

 

Entre o sagrado e o cotidiano, entre o Deus que salva e o homem que acolhe, esta reflexão conduz o leitor por caminhos onde a fé encontra o coração.

Francisco César não fala sobre doutrina, mas sobre presença.

Não teologiza, mas testemunha.

E é assim, com palavras simples e profundas, que ele nos revela Jesus — em sua humanidade compassiva e em sua divindade que redime.

 

O Sofrimento Germina a Fé

 

Desde muito jovem, mesmo em meio à dor e à incompreensão, Francisco César sempre teve a certeza de que Deus estava com ele. Ainda criança, enfrentando humilhações dentro do próprio lar, carregava no íntimo a convicção de que não estava sozinho. Deus enviava Seus anjos — e ele os sentia. Eles o guardavam. E, mesmo sem compreender racionalmente, dizia a si mesmo:

 

A Graça de Deus nunca se atrasa.”

 

Não houve uma única greve de ônibus, caos no trânsito ou imprevisto que o deixasse desamparado. O anjo sempre chegava no momento exato de sua maior necessidade.

 

Hoje, mais maduro, ele reafirma: Deus é o Bem em si mesmo.

E esse Bem se fez carne e habitou entre nós. Jesus Cristo é a expressão viva desse Bem — homem de compaixão, Deus de amor. Ainda que os Evangelhos não relatassem Seu nascimento divino, Sua ressurreição ou os milagres, Francisco César ainda acreditaria com a mesma intensidade, porque sente que Ele vive dentro dele. Porque essa verdade não precisa de provas. É revelação interior.

 

A vida e os ensinamentos de Jesus não cabem em doutrinas ou templos.

Jesus não fundou igrejas, nem ergueu altares. Ele ofereceu um caminho: o do amor incondicional.

 

O Sermão da Montanha 

 

No Sermão da Montanha, Jesus indica a direção da vida eterna já no presente. Para Francisco César, ali está a assinatura de Deus nas Escrituras — palavras que atravessam os séculos intactas, com força moral e espiritual:

 

“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.”

(Mateus 5,6)

 

“Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.”

(Mateus 5,7)

 

“Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.”

(Mateus 5,9)

 

Vós sois a luz do mundo… Não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte.”

(Mateus 5,14)

 

“Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem.”

(Mateus 5,44)

 

Tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas.”

(Mateus 7,12)

 

Essas palavras, para Francisco, não são conselhos — são um caminho.

Não exigem religião, apenas humanidade.

Por isso, Francisco César não julga pela crença, mas pela prática do amor.

Não lhe importa se alguém é cristão, judeu, muçulmano, budista ou ateu.

O que importa é se essa pessoa ama, perdoa, pratica a bondade e constrói a paz.

Isso, para ele, é seguir Jesus. Isso importa.

 

Refletindo Sobre as Escrituras

 

Ele não consegue conceber um Deus vingativo, que condena filhos ao inferno, presente no Velho Testamento, e que essa concepção tenha sido tão usada pela Igreja e pelas famílias como forma de poder sobre o outro irmão — como a dizer-lhe: “Não faças isso! Deus castiga!”

 

E, por séculos, muitas pessoas passaram a amar um Deus “por medo”, quando deveriam se aproximar de Deus, de Jesus, de Maria, de José e de todos os anjos — por amor. Que o sentimento do medo nos invada apenas quando percebemos que estamos nos distanciando de Deus.

 

Francisco acredita num Deus que acolhe, regenera e salva.

Um Deus que deseja que todos, até os mais afastados, alcancem a vida eterna.

Porque Deus é Amor — e o Amor não condena, transforma.

 

Francisco César crê que o corpo volta ao pó, mas a alma segue viva.

Se a carne pode ser tão fraca, nada mais justo que ela retorne ao pó ou às cinzas.

E não, ele não é partidário dos que acreditam que a vida — na forma que conhecemos — deveria ser eterna.

 

Nada termina aqui.

A vida é preparação para outra dimensão.

Um ensaio espiritual para o repouso prometido.

Viver o Bem é experimentar a eternidade — desde já.

 

Jesus é seu alicerce.

O novo mandamento é a pedra angular de sua fé — a chave que abre todas as portas, inclusive as portas da Morada do Pai:

 

“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.”

(João 13,34)

 

Ele crê, com toda sua fé — que nem sempre se revela robusta, muito pelo contrário — que o sacrifício de Jesus não apenas abriu as portas do céu, mas redimiu também os que estavam no inferno.

Porque sua entrega na cruz alcança até os mais perdidos — inclusive os que viveram nas trevas.

 

Para Francisco, todos que se arrependerem genuinamente encontrarão o perdão e luz para a caminhada da vida.

Deus não fecha as portas ao coração contrito.

Ele não rejeita quem retorna — mesmo que tarde.

 

Assim diz a Escritura:

 

“Se com tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.

Porque com o coração se crê para justiça, e com a boca se confessa para salvação…

Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.”

(Romanos 10:9-13)

 

Esse é o Evangelho em que Francisco César acredita:

Não o da culpa, mas o do recomeço.

Não o da condenação, mas o do arrependimento e do perdão.

 

Quem vier a se arrepender genuinamente, encontrará o abraço do Pai. Sempre.

 

Porque Deus não desiste de nenhum dos seus filhos.

Nem de Francisco. Nem de você.

 

Nem dos que se perdem na escuridão e buscam a Luz — Deus os encontrará.

 

Nem dos que O negam. Deus não negará a você o seu Lar,

se você se arrepender de todo coração dos pecados e cumprir,

e for um entusiasta do Seu novo mandamento:

 

“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.”

(João 13,34)

 

Senhor, eu creio — mas aumentai a minha fé.

 

 

O Amor de Jesus e os Invisíveis da Terra

 

Esse amor incondicional, Jesus o expressou de muitas formas.

 

Mas há uma frase que nunca saiu da memória de Francisco César:

 

“Deixai vir a mim as criancinhas e não as impeçais, pois delas é o Reino dos Céus.”

 

Toda vez que ele observa, sob pontes e viadutos, famílias inteiras em busca de alimento, sua alma se dilacera.

 

Ele sonha com o dia em que essas cenas não serão mais invisíveis, mas acolhidas com a caridade ativa de toda a comunidade.

 

Quando fizerdes isso ao menor dos meus irmãos, a mim o fizestes.”

 

Francisco também guarda em seu coração a memória viva de pessoas que o ajudaram ao longo da vida — verdadeiros anjos.

 

Alguns já partiram, mas deixaram marcas de luz.

 

Hoje, ele retribui como pode, ajudando quem o procura.

 

É uma conta que nunca se quita — e é bom que seja assim.

 

A bondade precisa ser concreta.

 

Não basta sentir pena ou fazer promessas ao vento. É preciso agir, tocar, doar, estar presente.

 

Prestar ajuda financeira ou de outra natureza a quem mais necessita será sempre de grande valia, mas Francisco reconhece que “cair em campo com bandejões de alimento”, corpo a corpo, olhos nos olhos, tem tanto mais valor aos olhos de Deus.

 

O bem não pode se acomodar.

 

Essas ações que percebemos aqui e ali, promovidas por iniciativas de movimentos da igreja — também invisíveis, longe dos olhos dos mais abastados — são essenciais.

 

Salvam muitas vidas e humanizam tanto quem pratica quanto quem recebe.

 

Fazer o bem em si mesmo — sem vanglória, sem plateia, sem pretensões de eternidade — é o maior testemunho de fé.

 

Jesus não nos pediu perfeição, mas nos mostrou o caminho da sensibilidade, da entrega e do serviço.

 

A semente do bem já está em nós. Basta regá-la com pequenos gestos, discretos atos de justiça, e com a coragem de olhar nos olhos dos que o mundo insiste em não ver.

 

 

Conclusão 

 

Redigir este texto foi, para mim, mais do que reflexão — foi oração.

Enquanto escrevia, senti a presença viva de Deus e o consolo de Sua Palavra.

Francisco César apenas deu voz à fé que o habita.

 

Através de Francisco César — persona simbólica, ponte entre o humano e o sagrado — o autor tece uma narrativa que não busca converter pela doutrina, mas convidar à presença amorosa de Deus.

 

E é nesse encontro entre palavras e silêncio, que Jesus se revelou —

humano no afeto, divino na entrega.”

 

 

                                🌾🍁🌾

 

 

Julio César Fernandes

Este é um texto opinativo. As ideias aqui expressas refletem a visão pessoal do autor sobre os temas abordados.

O autor também escreve poemas, crônicas e reflexões literárias. [Em edição]

 

Fortaleza – CE, 08/05/2025.

 

                            🌾🍁🌾

 

 

A bondade, quando sincera, não busca recompensa.

Ela é semente lançada ao vento, e mesmo sem saber onde cai, floresce onde é preciso.”

[Autor desconhecido]

 

🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁🍁

 

 

Através de Francisco César — persona simbólica, ponte entre o humano e o sagrado — o autor tece uma narrativa que não busca converter pela doutrina, mas convidar à presença amorosa de Deus.

Julio Cesar Fernandes
Enviado por Julio Cesar Fernandes em 09/05/2025
Alterado em 10/05/2025
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
Comentários
Site do Escritor criado por Recanto das Letras