Resposta ao Tempo

Esta análise de "Resposta ao Tempo" é uma homenagem sincera aos talentosos escritores e escritoras do Recanto das Letras. Que assim como a canção, suas palavras resistam às marcas do tempo, tecendo histórias que transcendam as estações da vida. Que cada letra seja uma resposta ao tempo, ecoando propósitos e vivências que enriquecem o universo das letras.

"Resposta ao Tempo" é uma obra rica em profundidade e metáforas, revelando uma reflexão poética sobre a passagem do tempo e suas implicações. A letra sugere uma resistência frente às marcas que o tempo deixa, encapsulando uma dualidade entre a inevitabilidade das mudanças e a força de resistir a elas.

O Tempo é personificado como um elemento capaz de transformar tudo, uma entidade que não espera e age com determinação. A resistência se manifesta nas entrelinhas, destacando a capacidade humana de enfrentar as adversidades e manter a essência intacta, apesar das inevitáveis transformações.

As metáforas presentes na canção, como "o coração no mesmo compasso" ou "os olhos no mesmo lugar", simbolizam a permanência de sentimentos e valores essenciais mesmo diante das mudanças externas. A música evoca a ideia de que, embora o tempo exerça seu poder sobre a realidade exterior, há aspectos interiores que resistem às suas influências.

A composição destaca a complexidade das relações humanas, sugerindo que, embora o tempo traga desafios, também proporciona aprendizado e maturidade. "Resposta ao Tempo" é uma poesia musical que convida à contemplação sobre a vida, o amor e a capacidade de resistir às vicissitudes do tempo.

Apresento a melodia “ Resposta ao Tempo” - aqui sob o excelente acompanhamento do renomado violonista e compositor brasileiro Marco Pereira, nascido em 1950. Ele é conhecido por sua maestria no violão e por suas contribuições significativas para a música brasileira. Pereira é reconhecido tanto por suas performances solo quanto por suas colaborações com outros músicos, explorando uma variedade de estilos, incluindo música popular brasileira e música clássica.

Também, da excelente intérprete, compositora e violonista Anna Setton. Com certeza o leitor já ouviu essa magnífica canção na voz de muitos(as) artistas. Nana Caymmi, por exemplo, - entre tantas outras. Prefiro ouvir nessa versão em função do belíssimo acompanhamento do violão do Marco Pereira. 
 

Marco Pereira 

Anna Setton

Link para ouvir a música: 

https://youtu.be/aspsQiJqpYw?si=qhekhj-JYceURLR-

Resposta ao tempo     [ A Composição ]

Batidas na porta da frente / É o tempo

Eu bebo um pouquinho pra ter / Argumento

Mas fico sem jeito, calado / E ele ri

Ele zomba do quanto eu chorei / Porque sabe passar / E eu não sei

…

Num dia azul de verão, sinto o vento

E há folhas no meu coração, é o tempo

Recordo um amor que perdi / Ele ri

Diz que somos iguais / Se eu notei

Pois não sabe ficar / E eu também não sei

…

E gira em volta de mim

Sussurra que apaga os caminhos

Que amores terminam no escuro / Sozinhos

…

Respondo que ele aprisiona / E eu liberto

Que ele adormece as paixões / E eu desperto

E o tempo se rói com inveja de mim

Me vigia querendo aprender

Como eu morro de amor / Pra tentar reviver

…

No fundo é uma eterna criança

Que não soube amadurecer

Eu posso, ele não vai poder / Me esquecer

…

No fundo é uma eterna criança

Que não soube amadurecer

Eu posso, ele não vai poder / Me esquecer

Composição: Aldir Blanc / Cristóvão Bastos

Aldir Blanc

Cristóvão Bastos 

Nana Caymmi conta que na expectativa da gravação da música, que seria destinada a uma das novelas da Globo, de que ficou ligando direto pro Aldir Blanc: “Aldir, o disco tá parado, preciso gravar, - não tenho tempo!” 

Acredita que essa urgência pode ter motivado o título da música. 

Gravou no álbum de mesmo título para a  Mini-série Hilda Furacão. Havia uma “urgência” da Globo em receber a música e de Nana em gravar. 

[A informação acima está no site: https://youtu.be/dXm9YPCzUiw?si=LtIclbrwlFDWTdeb

                                   🎼

Texto análise da obra: Júlio César Fernandes 

Canção: Resposta ao Tempo, de autoria de Aldir Blanc e Cristóvão Bastos. 

Meus rascunhos: dez./2023.