E agora esses olhos… meu Deus!
Não sei se são do céu não sei se são do mar
Quantas estrelas se conectam a este olhar
Quais flores do jardim vieram colorir esse olhar
Que corações se encantaram ao olhar doce a luzir
Quantos corações sucumbiram ao amar, cair
Quantos corações souberam em vão esperar
Quantas naus naufragaram tentando conquistar
Se nasceu rei não encontrou seu ninho,
Perdeu-se em meio aos passarinhos
Foi pet gato bichano de plumagem estonteante
Que roubou dos pés de Maria os carinhos dos amantes
As maçãs do rosto iluminando o pomar
Só os pássaros, os colibris o luar, ousam beijar
Sonham com ela se casar o amor eternizar
Ela desdenha em meio sorriso cor de romã
Pro rei que sonha com ela se casar
Por isso essa música insana, essa amplidão tamanha
Ganham todos os espaços do casarão a gritaria
Absorve todos os sons da ária torna tudo calmaria
Sei que em algum lugar das estrelas se recolhem as doçuras
Mas quão profunda enxergam e quão profundas mergulham...?
Senhora do silêncio, “dos meus pra dentro”
Transpira poemas, cartas, histórias e fantasias
Poderia ganhar todos os Oscar’s n’único dia
Seu nome poderia ser Lídia, Beatriz, Carolina (*)
Mas os anjos, por bem, decidiram batizá-la, Maria
Assim, como há de ser,- simplesmente Maria.
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(*) Lídia - Poema Fernando Pessoa (Vem Sentar-te Comigo, Lídia, - à Beira do Rio)
Beatriz - A Dívina Comédia (Dante Alighieri)
Carolina (Chico Buarque)