A paixão não é tão óbvia, - é confusa, difusa
Compreender suas fraquezas, aquece, fortalece
Fazer uma pausa para refletir é um gesto de coragem
O Passado distante no presente é uma miragem
O passado está sempre assombrando o presente
Marcamos um encontro nas férias de Primavera
Você só me deu o ar da graça no calor do Verão
Falha nossa, ruído de informação, um clarão ofuscando a visão
As estações se vão, - varrendo a paixão, entristecendo o coração
Os romances não findam assim, - de repente...
As mensagens do coração são claras e vêm rápidas, de avião
Mas cegos de paixão ignoramos a razão.
Infelizmente só aprendemos quando estamos no chão
Todas as paixões são tolas, cheias de ilusões e emoções
E nas tormentas o corpo se abala comprimindo o coração
Quando, enfim, chegamos à fase da razão, da ação
Percebemos que as mensagens advêm de outro verão
O amor não suporta as ausências sem saudades
Mas se há amor, a saudade suporta as ausências
O tempo é um luxo supremo, uma carícia, uma querência.
Não pode ser acumulado, controlado ou represado
Quem pense em harmonizar está iludido, perdido
Um dia senti o brilho dos seus olhos em minha direção
E todos os meus sentidos se renderam, entraram em erupção
Mas o Tempo, este Senhor tão ausente, atirou cinzas no sentimento
Do brilho do sorriso dos seus olhos, restou o vazio e o sofrimento.
Série: Poesias sem Marias. 04.09.2023
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