Poesia Crônica
Não gosto de poesia
Verdade verdadeira detesto poesias
As leio por preguiça, escrevo-as igualmente por preguiça, parece heresia
Abro treta com uma amiga que adora bronca
Eu gosto mesmo é de Crônicas
Gosto das Crônicas da Martha Medeiros, de ouvir suas histórias com voz melodiosa, do Maria, o Antônio, do Mário, o Quintana
Dos poemas lindíssimos de Aila Sampaio, professora da Terra do Sol e do mar, vastidão no sorriso e azul no olhar
Ela parece estudar astrofísica pra encontrar a palavra cortante e certa pra dizer a forma de amar
Gosto do tal Pessoa em Mar Português onde por preguiça, tédio, ausência de vinho ou fumo
Diz “tudo valer a pena se a alma não é pequena” - caberia uma Ilíada
Mas como é lindo afirmar que parte do salgado mar foi adicionado às lágrimas das mães que viram filhos sempre indo, sempre indo, sempre com uma dor nada amena, partindo
Que ir pra além do Bojador tem que vencer a dor
Serão os emojis filhos da Poesia
Dos sem tempo, dos entediados sem amor, sem sexo, sem nexo, sem dor sem alegria sem lembranças nostálgicas
E os que fazem rimas utilizando esquadros equações matemáticas métricas sem esperança
Detesto rimas!
Sem seu amor dor um minuto de rubor sob seu olhar azul
Quem dera aflorasse o vazio que há no meu olhar preso escravo dessa luz
Chega de Poemas e Clarices (chatices) ausentes
Sem alegrias
Bem disse Dra. Andrea: “A Vida não é Justa”.
Mas como diria D. Flor: é o que temos pra hoje.
xxx
16.07.2023