Em leitos abandonados, a solidão arde, queima;
em chamas que consomem minha calma,
dilacera minha carne, mina a esperança
de em teus braços e abraços fazer morada.
São noites de abandono, breus sem fim,
onde minha alma clama pela tua presença,
a solidão se faz presente, assombra, enfim;
essa ausência da tua presença é minha maior sentença.
Aflige-me a agonia, as lembranças, o coração
que, acelerado, pulsa em desalinho;
anseia juntar minha mão ao calor da tua mão,
e adormecer no doce beijo do teu desatino.
Nessas noites de abandono, minha respiração se agita, meu coração acelera;
meu corpo reclama, se inflama à falta do teu,
de enrolar-me em tuas pernas e morrer em teus abraços, em gozos, beijos – ser somente teu.
Nesses momentos de abandono e dor,
de noites infindas em que o relógio parece andar para trás,
só tua ternura e o calor dos braços, abraços e beijos sem fim
habitam o silêncio, a paz, e talvez assim, possa receber, morto de amor, você em mim.
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